Cartão amarelo para Rakuten Brasil

E-commerce

13 de fevereiro de 2020

O início de 2020 está agitado para o e-commerce brasileiro, em menos de dois meses dois acontecimentos marcaram o setor: a plataforma Xtech anunciou o fechamento das suas operações em janeiro e a GenComm, antiga Rakuten Brasil, entrou com um pedido de recuperação judicial no começo de fevereiro, que foi autorizado pela justiça no último dia 7.

Isso criou um ar de apreensão, com muitos lojistas aflitos em relação ao futuro do mercado, já que se tratam de duas empresas com bastante relevância para o comércio eletrônico no país. Afinal, as notícias recentes refletem um movimento geral no e-commerce brasileiro ou são casos isolados?

O que aconteceu com a Rakuten no Brasil?

A história da empresa japonesa no país começou em 2011 quando a Rakuten comprou a Ikeda e entrou no mercado de e-commerce brasileiro como uma das promessas para o setor. Apesar do início promissor, no entanto, a verdade é que o negócio nunca chegou a ser rentável e acabou acumulando uma dívida de R$ 46 milhões ao longo dos anos.

Mesmo investindo em várias ações de marketing para tentar expandir sua atuação fora do Japão, como um patrocínio milionário ao Barcelona, isso não foi capaz de alavancar o negócio no Brasil. Em outubro de 2019 a empresa foi vendida para um fundo de investimentos americano, que imediatamente trocou o nome de Rakuten para GenComm.

Apesar do movimento de recuperação iniciado — a perda, antes de R$ 2 milhões por mês, foi reduzida para R$ 250 mil em novembro — o problema se mostrou muito maior do que o previsto pelo fundo, que teve que lidar também com um caso de calote de mais do que R$ 5 milhões de um dos seus principais clientes, além da perda da linha de crédito de R$ 65 milhões que a GenComm possuía no Itaú.

Com isso, todos os ganhos da empresa passaram a ir para o banco, incluindo os valores que deveriam ser repassados aos lojistas. Foi nesse cenário que a GenComm, antiga Rakuten, entrou com um pedido de recuperação judicial. Isso significa que ela está buscando um acordo para se manter no mercado enquanto lida com as dívidas.

Recuperação judicial não é necessariamente falência

Apesar de ser uma situação delicada para a GenComm, o pedido de recuperação judicial não significa que a empresa está abrindo falência, mas sim que o grupo está tomando providências para conseguir lidar com as dívidas sem sair do mercado. Um exemplo de empresa nessa situação é a Oi S.A., empresa de telecomunicações que entrou com um processo de recuperação judicial em 2016 e desde então vem mostrando sinais de altos e baixos.

O mercado de e-commerce está fragilizado?

Depois de receber a notícia do fechamento da Xtech e da recuperação judicial da Rakuten, muitos lojistas se mostraram alarmados em relação ao momento do mercado de e-commerce brasileiro, temendo que esse movimento de baixa fosse uma tendência geral de desaceleração. Para Patrícia Chaves, Líder de Parcerias do Pagar.me, esses episódios mostram justamente o contrário.

"Estamos presenciando mais um passo para a consolidação e o amadurecimento do mercado de plataformas no Brasil, algo inclusive que já aconteceu em vários outros ramos da tecnologia, onde os melhores e mais preparados sobrevivem. Neste momento é preciso trazer inovação e saber se adaptar aos novos cenários do e-commerce."

O que é possível aprender com a trajetória da Rakuten no Brasil

1) Garanta que sua operação dá lucro

Durante a trajetória da Rakuten no Brasil a empresa nunca chegou realmente a dar lucro, acumulando milhões em dívidas. Apesar de arriscado, esse modo de operação é relativamente comum em empresas de tecnologia, que investem nos primeiros anos mais do que ganham, em grande parte para conseguir entrar em mercados com alta competição e ganhar relevância.

O problema é que isso não pode durar para sempre: em algum momento é preciso mostrar que o dinheiro investido está dando resultado. Segundo lojistas da plataforma, por exemplo, alguns clientes chegavam a pagar taxas de apenas 1% sobre as transações, quando a média de mercado ultrapassa os 3% para que a operação seja saudável para todos os envolvidos. Ou seja: no lugar de lucrar, a Rakuten tinha prejuízo com seus maiores clientes.

Garantir que você está dando lucro — ou, pelo menos, que você tem um plano estável e sólido para isso — é importante para medir a saúde do seu negócio e pautar decisões. Se os seus esforços não começarem a se pagar, pode ser necessário mudar o foco e tentar novas abordagens estratégicas.

Leia também: Entenda o que há por trás da precificação e margem de lucro

2) Não dependa de poucos clientes ou fornecedores

Outro problema que ajudou a agravar a situação da Rakuten no Brasil foi que aproximadamente 50% da receita da plataforma vinha de apenas um cliente, que eventualmente se mostrou uma operação fraudulenta. Em decorrência disso a adquirente utilizada pela Rakuten para processar os pagamentos interrompeu o serviço, deixando os lojistas da plataforma sem poder transacionar.

Isso foi crucial para o colapso da operação da plataforma, e deixa uma lição: é importante ter uma boa base de clientes para que a sua rentabilidade se mantenha estável sem depender de um deles. Além disso, ter serviços confiáveis é essencial, e com o Pagar.me você não precisa se preocupar: temos diversos fornecedores para garantir que você não vai ficar na mão se um deles tiver problemas.

Olhando para o mercado de plataformas de e-commerce, existem opções de fornecedores despontando no mercado como ótimas alternativas para os mais diversos tipos de lojista, dentre elas se destacam Irroba, Braavo, BizCommerce, Loja Mestre, Loja Integrada, Dooca, Moovin, SysCoin e diversas outras. Na hora de escolher seus fornecedores, leve em conta a qualidade do serviço, o histórico da empresa e a reputação no mercado.

Leia também: O que levar em conta ao escolher seu meio de pagamento?

3) Não deixe sua operação ser afundada por burocracias internas

Segundo fontes ligadas à plataforma, um dos grandes problemas que levaram ao pedido de recuperação judicial foi a forma de gestão adotada, com muita burocracia interna e microgerenciamento. Isso tira o potencial criativo das equipes e amarra as decisões a poucas pessoas, fazendo com que os processos muitas vezes tomem mais tempo do que o necessário.

Garanta que as pessoas que trabalham com você tenham autonomia para tomar decisões estratégicas e possam ter espaço para errar rapidamente e aprender rapidamente. Isso torna toda a operação mais ágil e faz com que você ganhe velocidade para encarar os desafios de um mercado cada vez mais competitivo como o de e-commerce.

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